Dr. Leonardo Gobetti

CRM SC 25.803 Cirurgia geral 19.271 Endoscopia 24.258

Plasma de Argônio (Reganho de Peso)
em Balneário Camburiú -SC

Plasma de Argônio (Reganho de Peso)

Reganho de Peso Pós-Cirurgia Bariátrica: Plasma de Argônio Endoscópico e Sutura Endoscópica

O reganho de peso após a cirurgia bariátrica é um fenômeno bastante comum, afetando entre 10% e 35% dos pacientes nos primeiros 24 meses após a operação. Em um acompanhamento de mais de 5 anos, cerca de 50% dos pacientes apresentam algum grau de reganho de peso.
No Brasil, estima-se que aproximadamente 20 mil pacientes bariátricos por ano enfrentam o desafio do reganho de peso, necessitando de tratamento médico especializado.
A definição de reganho ou recidiva de peso deve ser personalizada para cada paciente e tipo de procedimento, mas ainda não há critérios e consenso bem estabelecidos. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) sugere que é esperado um ganho de até 20% do peso perdido. Quando o reganho está entre 20% e 50% do peso perdido, é considerado uma recidiva controlada. Já quando o reganho ultrapassa 50% do peso perdido ao longo dos anos, ou 20% com o reaparecimento de alguma comorbidade, é classificado como recidiva propriamente dita.

Para tratar o reganho de peso, duas técnicas endoscópicas são frequentemente utilizadas:

Plasma de Argônio Endoscópico: Este método utiliza um feixe de plasma de argônio para criar pequenas queimaduras controladas no estômago, ajudando a reduzir sua capacidade e a sensação de fome.

Sutura Endoscópica: Semelhante ao procedimento inicial de redução do estômago, esta técnica envolve a realização de novas suturas internas para diminuir novamente o tamanho do estômago.

Ambos os métodos são minimamente invasivos e podem ser realizados sem a necessidade de grandes cirurgias, oferecendo uma alternativa eficaz para pacientes que enfrentam o reganho de peso após a cirurgia bariátrica.

O argônio é um gás nobre da tabela periódica, inerte, inodoro, não tóxico, baixa condutividade térmica.

Este procedimento utiliza um cateter para realizar coagulação térmica monopolar sem contato direto com a mucosa. A corrente elétrica é conduzida através de um gás ionizável, conhecido como plasma. A profundidade de penetração varia entre 2 a 3 mm, atingindo a lâmina própria, e aumenta conforme a voltagem aplicada. Este método é simples, econômico, aprovado para uso clínico, repetitivo e pode ser realizado em ambiente ambulatorial.

Quando a anastomose, que é a abertura de saída do estômago operado, é muito ampla, o alimento passa rapidamente para o intestino, diminuindo a sensação de saciedade e aumentando o apetite e a ingestão de alimentos. O uso do plasma de argônio promove uma “cauterização” ao redor de toda a circunferência da anastomose, reduzindo seu diâmetro.

Essa redução do diâmetro da anastomose restringe a passagem dos alimentos, resultando em saciedade precoce e consequente perda de peso. Geralmente, são necessárias de 2 a 3 sessões de endoscopia, com intervalos de 6 a 8 semanas entre cada uma.

O objetivo do tratamento é reduzir o diâmetro da anastomose para menos de 12 mm, preferencialmente entre 9 e 12 mm, embora diâmetros entre 6 mm e 9 mm também sejam considerados aceitáveis.

O tratamento com argônio é indicado para os seguintes pacientes:

Indivíduos que passaram por gastroplastia do tipo Bypass Gástrico (Capella) há mais de 18 meses.

Pacientes que apresentaram perda de peso insuficiente ou que recuperaram mais de 20% do peso mínimo alcançado após a cirurgia bariátrica.

Pessoas cuja anastomose gástrica tenha um diâmetro mínimo de 12mm.

Alta segurança: O procedimento apresenta um índice de complicações extremamente baixo.
Ambulatorial: O paciente pode realizar o tratamento e ser liberado no mesmo dia, sem necessidade de internação hospitalar.
Poucos sintomas pós-procedimento: Após cada sessão, os sintomas são mínimos.
Minimamente invasivo: Realizado por via endoscópica, sob sedação endoscópica, eliminando a necessidade de anestesia geral.
Custo acessível: O tratamento é mais econômico em comparação com os métodos cirúrgicos disponíveis atualmente.
Sem afastamento do trabalho: Não é necessário se ausentar do trabalho para realizar o procedimento.

Cobertura de convênios: O procedimento não é coberto pelos planos de saúde.
Múltiplas sessões: Se a anastomose estiver muito dilatada, pode ser necessário realizar mais de uma sessão.
Efeitos colaterais raros: Podem ocorrer efeitos colaterais, como dor abdominal, em menos de 5% dos casos.

Ausência de contra indicações absolutas: Não existem contraindicações absolutas para o procedimento.
Anastomose justa: Não é recomendado para pacientes cuja anastomose seja justa ou tenha um diâmetro inferior a 12 mm.
Úlceras ativas: Pacientes com úlceras ativas na região da anastomose não são indicados para o procedimento.
Distúrbios de coagulação: Pacientes com distúrbios graves de coagulação também não devem se submeter ao tratamento.

Este método apresenta maior complexidade, demandando um treinamento especializado para o endoscopista. Adicionalmente, trata-se de um procedimento mais oneroso, que exige intubação orotraqueal (IOT) e, em determinadas situações, precisa ser realizado em um centro cirúrgico, com a necessidade de hospitalização.

O procedimento consiste na realização de uma sutura endoscópica, em oposição a uma intervenção cirúrgica, visando a correção da anastomose dilatada e, quando necessário, do próprio estômago dilatado. Este método permite a redução do diâmetro tanto do estômago quanto da anastomose em pacientes previamente submetidos as cirurgias bariátricas que estão apresentando recidiva de peso.

Os resultados obtidos com esta técnica são comparáveis aos alcançados com o uso de plasma de argônio, ambos proporcionando uma recuperação rápida e sem a necessidade de internação hospitalar. Este procedimento atua como um estímulo inicial para a perda de peso, facilitando o retorno dos pacientes ao acompanhamento com a equipe multidisciplinar e auxiliando-os a retomar o controle do seu processo de emagrecimento.

A execução desta técnica requer um endoscopista bariátrico altamente qualificado, devido à sua complexidade e à necessidade de precisão na realização das suturas. A abordagem endoscópica minimiza os riscos associados a procedimentos invasivos, oferecendo uma alternativa eficaz e segura para a gestão da recidiva de peso em pacientes bariátricos.

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